quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CLONAGEM NA SÃO SILVESTRE

E aí, Corredor?!

Um caso me chamou a atenção em 2017 no nosso esporte. Foi o que aconteceu na Corrida de São Silvestre, quando vários corredores de uma mesma assessoria esportiva participaram da prova com o mesmo número de inscrição.

O fato repercutido em mídias sociais, com depoimento e fotos de várias pessoas pelo Facebook, Twitter e WhatsApp, entre outros, e depois replicado por vários portais de informação.

Para contextualizar: Na corrida de São Silvestre de 2017, ao menos 12 corredores com a camisa da assessoria esportiva Run Up, de Sorocaba (SP) foram flagrados correndo com o mesmo número, 23023.

Fotos com corredores correndo lado a lado e com o mesmo número foram registradas por amadores pela prova. E o mais agravantes, segundo as reportagens, é que não é a primeira vez que isso aconteceu com integrantes da mesma assessoria. Isto também foi relatado nas São Silvestres de 2014, 2015 e 2016.

A assessoria de comunicação da Run Up já se manifestou dizendo não corroborar com tais atos e que tal iniciativa veio dos próprios alunos, se eximindo de culpa e declarando que tomaria as providências cabíveis em relação aos flagrados no "delito". A organização da São Silvestre esta analisando o caso.

Aí eu me pergunto: onde vamos parar? Onde este país vai parar?

Essas pessoas que fraudaram o número devem, em algum momento de suas vidas, reclamar da situação do país, da classe política, de como o juiz roubou contra o seu time naquela final, etc. Mas não devem achar que estão errados. Afinal, "todo mundo faz isso, por que eu não posso fazer?!".

Vamos refletir nós mesmos: quantas vezes fazemos algo errado por achar que, por ser tão comum ver as pessoas fazerem, acabamos achando normal e até mesmo que não é errado.

Vou contar um exemplo pessoal: corri várias provas na "pipoca", aproveitando a segurança proporcionada pela organização e, de vez em quando, da distribuição de água. Não chegava a ter remorso pelo fato de vários corredores e muitos amigos fazerem o mesmo.

Mas aí, um dia, numa prova em que eu havia pagado, de repente faltou água em alguns pontos de distribuição. O problema, segundo a organização, foi por que o número de "pipocas" foi tão grande que acabou faltando água.

A partir deste dia, parei de pegar água nas prova e passei a levar meu cinto com garrafas para hidratação. Confesso que ainda, até uns anos atrás ainda aproveitava a segurança do percurso sinalizado, mas até isso resolvi parar de fazer. Se estou sendo "certinho demais" não estou nem aí. O que sei é que isso é que é certo. 

Se continuarmos a "pipocar" e aproveitar da água e mesmo de outros itens, não podemos reclamar do preço caro que têm sido cobrado nas provas nem de falhas na organização. Até por que, os "caras" (organizadores) sempre vão ter a desculpa de que "precisamos fazer isso por conta dos `pipocas`".

E vou mais longe. Vivemos um momento no nosso país em que precisamos pensar mais no coletivo, no quanto nossos atos afetam os outros. Precisamos nos conscientizar que, mesmo os pequenos atos, se errados, devem ser evitados. Furar uma fila, jogar lixo no chão, correr um prova sem pagar, etc.

Precisamos moralizar nosso país, e devemos começar por nós mesmos, tentando com nossos atitudes conscientizar os outros, mostrando que não dói fazer o que é certo, de que não somos menos inteligentes por que fazemos o correto.

O péssimo exemplo dos corredores da Run Up mostra o quanto precisamos disso. Não dá para acharmos isso normal ou certo, mesmo que seja por que o valor da inscrição está caro demais. Não dá pra pensarmos mais assim. 

Vamos, cada um, fazer o que é certo, ensinar e incentivar a fazer o correto. Quem sabe, no futuro mesmo que distante, podemos ver um país melhor.

Boas passadas!!! 

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