domingo, 4 de maio de 2014

PARADA NAS CORRIDAS

E aí, Corredor?!

Nós, atletas que somos, praticantes regulares de um esporte, temos como maior temor o medo de uma lesão. Lesão que acaba vindo, mais por nossa culpa por que sempre somos ávidos por conquistas, mesmo que seja para mostrar apenas para nós mesmos que podemos. 

A lesão, é claro, não é uma regra. Falo por que, participando a mais de 6 anos de uma equipe de corrida de rua, vi todos os meus colegas apresentarem algum tipo de lesão. Entre as mais comuns, canelite, fascine plantar, fratura por estresse.

E isso é culpa única e exclusiva nossa. Seja por ignorância ou por, como já disse, nossa avidez por resultados rápidos, nossa espírito competitivo, acabamos por colocar nosso corpo em uma situação de sobrecarga para o momento em que estamos condicionados que, num primeiro momento, não percebemos, mas no futuro ele sempre vai cobrar, apresentando um problema na forma de uma lesão.

E aí, lesionados, temos que parar. Vivi isso pela primeira vez, depois de mais de 8 anos nas corridas, no ano passado, como todos os seguidores sabem, com o esporão calcâneo que prejudicou quase o ano todo. Treinei mal, corri pouco, quase não fiz os meus prazerosos longões. Me arrisquei, fiz ainda minha terceira Maratona. Mas depois só provas de 5 e 10K. Na verdade, deveria parar, mas, mesmo com todas os conselhos, resolvi continuar correndo. Menos, mas me mantendo no esporte.

Pois bem, tirei férias em março deste ano e resolvi que depois, na volta, ficaria pelo menos um mês sem correr para recuperar definitivamente das dores do esporão que, mesmo que pequenas, incomodavam. Aí, mais uma vez fui cobrado pelo corpo, e veio uma lesão ainda maior.

Na viagem para Nova Iorque, em 9 horas de vôo, não me levantei nenhuma vez da cadeira. Dormi o tempo todo e, estando na janela, quando arcodava, alguém das outras poltronas estavam eles dormindo. E fiquei, só acordando praticamente quando o avião estava em processo de aterrissagem.

Tudo bem, nada de errado. Na cidade, corri a Meia Maratona e andei pela cidade durante 8 dias, conhecendo cada bairro de Manhattan. O frio entorpecia qualquer dor, acho eu, e não senti que um problema já tinha se manifestado no meu corpo.

De Nova Iorque, voei para Miami para curtir mais alguns dias nos EUA, na casa de amigos da minha namorada. Lá, corremos mais algumas vezes para não perder o ritmo (rss). E não sentia nada, desta vez nem mesmo dor no calcanhar.

Voltei feliz para o Brasil mas, depois de alguns dias aqui, senti uma dor, tipo um repuxo, na panturrilha. Achei que fosse dor muscular, por ter usado um aparelho cuja manutenção não estava boa  mas, como não conhecia o aparelho, fiquei achando que era assim mesmo. Aí, achei que tinha forçado e tentei melhorar, colocando no gelo e alongando.

A dor não passava e, na semana santa, ela ficou mais insuportável e o pé começou a inchar. A queimação e o tal repuxo na panturrilha eram grandes. Como estava fora, na volta da semana santa fui ao ortopedista, achando que era dor muscular.

De cara mestre Fábio já descartou problemas musculares. "A dor muscular é localizada e bem dolorida, o que não é o seu caso. Sua panturrilha está inchada por completo. Acho que pode ser trombose, mas antes precisamos de exames".

Trombose, meus amigos. Um coágulo se formou nas veias, dificultando a passagem do sangue. Por isso a dor ao andar e o pé inchado e depois também a panturrilha. Depois de uma consulta ao Angiologista, tudo foi confirmado. E desde de o dia 23 de abril estou parado em casa, tomando remédio e de "pernas para para o ar". 

A constatação, depois de tudo que falei ao médico, é que foi realmente a viagem de avião. E o problema só não foi maior por que sou esportista. A trombose é um problema grave, mas um dos "remédios" é justamente atividade física. Mas, o momento agora é de cuidado, e parar é preciso.

O fato é que o mal pode acontecer para qualquer um. Na verdade, algumas pessoas têm o problema mas, como eu, acham que é muscular, e, como às vezes ela se manifesta de maneira leve, acabam não indo a um médico. E aí, é dor na panturrilha, nas coxas, nas pernas, nos pés. O problema é se o coágulo resolve "subir", atingindo pulmões ou mesmo cérebro.

Antes de viajar, vi uma notícia na Revista Runners Brasil sobre Adriano Bastos, mega campeão do Desafio do Pateta na Disney, que foi acometido pelo mesmo problema. Depois de um mês nos EUA, correndo várias provas depois do Desafio do Pateta, voltando ao Brasil dormiu na viagem e pronto: trombose. Hoje ele já esta bem, voltando aos treinos.

Estou em repouso, tomando remédios, mas, mesmo doido para isso, sem poder correr. Minha namoraria continua indo aos treinos, já que quer correr este ano sua primeira Maratona. Eu vendo ela sair para isso, só posso ficar na vontade.

Mas tudo bem, estou medicado, melhorando muito e logo estarei de volta às pistas, voltando mais experiente, buscando respeitar mais os sinais que meu corpo vai me dando. Mais uma lesão, esta nada a ver com a corrida. Mais uma parada nos treinos, mas é apenas por um momento.

Correr é mágico. A superação, o ato de poder pegar um tênis e sair dando nossas passadas é sensacional. Valorizo cada longão, cada prova, cada medalha conquistada. Mas precisamos ter consciência do quanto estamos cobrando do nosso corpo. E olha que quem está falando é um cara super prevenido, que tem como lema "devagar e sempre!". Vamos ouvir mais nosso corpo e, sentindo dor, de maneira insistente. procure um especialista para que o problema não fique pior.

Boas passadas!

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