quarta-feira, 26 de junho de 2013

NO MEIO DO TREINO APARECEU A FILA NIGHT RACE

E aí, Corredor?!


Os treinos para a Maratona do Rio continuam firmes, fortes e longos. E no sábado passado, dia 22, a planilha recomendava de 22 a 25 km, no tempo run, além de 4k leve.


Como tinha uma corrida nova em Brasília neste dia, a Fila Night Race, resolvemos - eu, Sérgio, Grace, Thaís e Rafael, os maratonistas da Equipe X - encarar os 10k a prova e ainda correr pelo menos mais 10. Conosco, outros amigos equipe e, entre eles, Nati e Gislene, que também vão encarar a Maratona no Rio mas que treinaram na manhã do sábado.


Bem, eu simplesmente não consegui correr  a quilometragem recomendada e acabei fazendo apenas 19km. Cheguei cedo demais ao local da largada e fiquei com receio dos cones de segurança não terem sido colocados, o que impediria que eu fizesse uma corrida antes. Além disso, uma manifestação em Brasília fez com que os organizadores resolvessem reduzir o percurso, que ficou restrito ao Eixo Monumental, altura do Palácio do Buriti, indo até a Catedral Rainha da Paz com distância de 5 km. Aí, a preguiça bateu e fazer duas voltas antes de começar a corrida não deu (rss).

Quando comecei a correr, fiz antes da prova 9k. Thaís e Rafael também fizeram, mas correram mais, o que a planilha recomendava. Eu fiquei nos 19 km mesmo. Sérgio e Grace eu encontrei durante a corrida, já na segunda volta.

Mas para compensar, no dia seguinte encarei mais de 42 km de bike. 


Fila Night Race - a prova impressionou trazendo muitas inovações. A organização foi muito boa e, mesmo tendo que mudar repentinamente o percurso por conta das manifestações que acontecem na cidade e em todo o país, o percurso ficou desafiante, com muitas subidas boas e descidas reconfortantes.


O kit foi perfeito, com uma bela camisa de manga longa em malha própria para corrida, além de cinta para colocar números de corrida, um bracelete para iluminar em corridas noturnas foram os diferenciais. O preço é o básico das corridas boas atualmente: R$ 95,00.

Mas, em relação a Fila Night Run, prova que a fabricante de material esportivo patrocinava desde o ano passado, só faltou a festa, com o show de uma banda ao vivo, para os atletas curtirem o resto da noite depois da corrida.


O percurso foi todo desenhado para acontecer no Eixo Monumental, com largada em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo local. Dali, subida até o Memorial JK, depois uma descida gostosa até a Catedral Rainha da Paz e depois a volta, mais de 2k de subida até o Memorial para descermos depois até o local da chegada. Para os 10k tivemos que encarar este percurso duas vezes.


Minha corrida - cheguei cedo junto com a turma para fazermos um trecho do nosso treino antes, com a segurança dos cones da prova. Só que o fato de terem reduzido a distância me deixou confuso e, como cheguei mais cedo que a turma, fiquei receoso de já começar a correr e não ter ainda os cones. Acabei fazendo mais tarde, com uns 40 minutos antes da largada oficial da corrida. Corri 9k antes, rodando uns 2k na reta da largada com medo de a prova começar e eu não estar lá. Os outros 10k fiz na prova.


Foi a minha melhor performance nos treinos. Corri bem, tranquilo, encarando as subidas sem muito cansaço, mesmo depois de já ter rodado 9k. Apesar de ter esquecido o gel de carboidrato, que Thais me socorreu me dando um dos seus, levei a taurina, recomendação de um nutricionista, que usei no longão de 38k e agora, o que parece ter dado resultado. A taurina ajuda para dar mais força e melhora o desempenho. Mas nada de beber sem recomendação certo, galera!


Como mencionei, os primeiros 9k fiz, inicialmente, sozinho e depois, em boa parte, acompanhado de Rafael e Thaís, companheiros maratonistas da Equipe X. Fui da largada até depois da Catedral, voltando no final dos cones descendo. Depois, na volta, no meio do caminho mais ou menos, encontrei rafa e Thaís, passando a acompanhá-los. Assim, voltei até o ponto final dos cones e depois subimos até o local da largada da prova.

Daí, nos separamos. Thaís deu uma parada e Rafa, que tinha a missão de fazer pelo menos 30k, seguiu correndo o percurso de novo. Eu fiquei dando voltas na reta da largada, com medo de perder o momento da mesma. Nessa brincadeira, corri pelo menos 1,5k.

Daí foi a hora da prova. Larguei lá atrás, bem no final, tendo que passar por vários corredores que estavam mais lentos. Alguns já caminhavam nos primeiros metros da prova. E como tínhamos apenas duas faixas de pista para correr, ficou tudo meio apertado, já que eram muitos corredores - cerca de 3 mil pelo menos. Assim, o primeiro quilômetro foi bem complicado, mas logo depois do Memorial JK ficou mais fácil correr, o que tornou-se melhor ainda na subida de volta e já na segunda volta a pista já tinha bem menos corredores, a maioria havia optado pelos 5k.

Maratona do Rio está chegando
Completada a segunda volta e os 19k resolvi parar, por que no dia seguinte tinha combinado com Aline e Ivan um pedal longo, meu recorde até aqui. Foram mais de 42k no domingo pedalando pelo Eixão e Eixo Monumental, fazendo o desenho do avião. Bem interessante mesmo.



Tudo certo e vamos que vamos, rumo a Maratona carioca!

Boas passadas.







segunda-feira, 17 de junho de 2013

MARATONA DO RIO, AÍ VOU EU?!

Início do longão na fria madrugada de sábado (15 de junho).
Da esquerda para direita: Gislene, eu (Caique), Thaís, Grace e Sérgio
E aí, Corredor?!

Não foi fácil. Para começar, acordar às 4h30 da manhã, com o dia ainda escuro, no friozinho da madrugada, para correr mais um longão preparatório para a Maratona do RJ 2013. Depois, sair na madrugada e encontrando os baladeiros, ainda curtindo a noite, uma cena no mínimo diferente para mim. E, finalmente, conter a ansiedade que cercava este longão específico, teste final para ver se aguentaria correr os 42,195 km da Maratona do Rio sem sentir as pequenas dores no calcanhar, causadas por um esporão calcâneo.

Assim como no ano passado, uma turma de amigos da Equipe X se propôs a fazer a prova e, juntos, treinamos, correndo diversos longões pelas ruas de Brasília juntos, mesmo antes da planilha de treinamento passada pelo professor Nirley, que acabou chegando no final de maio. Na verdade, os treinos já estava rolando, mas a planilha específica da Maratona foi que chegou para gente, acho eu, um pouco tarde.

Nossa turma de maratonistas é composta este ano por Sérgio, Grace, Rafael, Thaís, Susete, Chamon, Natividade, Gislene, Paulinho, eu (Caique) e Aline. Antes do longão, Aline teve um probleminha no pé e vai ter que adiar a conquista dos 42,195 para o segundo semestre. E, para o longão específico dos 32 a 36k, Nati não pode comparecer, bem como Susete e Chamon, que viajaram de férias, Paulinho, com preguiça de acordar cedo - assim como no ano passado, Paulinho acabou fazendo os treinos sozinho e venceu a maratona em menos de 4h - e, de última hora, acometido por uma enxaqueca, o Rafael, que tentou fazer o treino no dia seguinte.

Assim é que eu (Caique), Grace, Thaís, Gislene e Sérgio partimos, na fria madrugada de Brasília, sendo  cumprimentados pelos baladeiros que ainda terminavam sua noite em frente a Ponte JK, para o nosso longão decisivo.

Vale registrar que Aline, mesmo não correndo, fez o apoio para gente em todo o percurso, levando água a cada 3k e ajudando a gente a não cair pelo psicológico.

Animação total após passar pelos quase 2k da Ponte JK
Percurso - Nossa largada foi dada às 6h10 da manhã, na fria madrugada do sábado (15 de junho). Saímos da Ponte JK, atravessamos seus mais de 1 km e fomos em direção ao Lago Sul. O percurso iria até o ponto onde completássemos a metade da distância total definida - para alguns que iriam fazer 32k, 16k, e para os que iam fazer 36k, 18k.

Cada um faria seu ritmo, por que a proposta era simular o ritmo da maratona, o chamado tempo run. Ou seja, acabou sendo uma corrida solitária para a maioria, já que cada um tinha o seu ritmo próprio, a não ser por Gislene e Grace, que correram o percurso todo juntas.

No início começamos juntos, na travessia da Ponte JK, esquentando "os motores", mas já na subida para o Lago Sul o grupo se desgarrou, e cada um impôs seu ritmo, seu tempo run. Eu saí um pouco na frente, brigando com meu MP3 que, já no quilômetro 8 abandonei, deixando com Aline, por que o danado resolveu não funcionar de jeito nenhum. Foi meu primeiro teste, já que não teria a música para me distrair caso o esporão perturbasse, o que não havia acontecido até ali.

Minha corrida - Corri o tempo todo com um cinturão com garrafas d'água, tendo separado uma com enérgetico com taurina, recomendação do nutricionista para dar um "gás" na prova. Mesmo assim, a cada ponto onde Aline estava com sua TR4 para nos hidratar tomava um copo d'água.

A tecnologia me boicotou e corri perdidão,
Mas deu tudo muito certo
A primeira parte do percurso, da Ponte JK até o Pontão do Lago Sul, é mais complicada, formada por subidas e descidas chatas, cansativas. E um vento contra, gelado, fez os dedos das mãos até doerem de tão frio. Passado o Pontão, o percurso não fica plano, mas a subida é menos intensa. 

Nos 17k, o relógio me sabotou! Ele simplesmente passou a contar a quilometragem por volta, zerando a cada uma e fazendo com que eu me perdesse completamente. Todas minha estratégia de tomar gel a cada 40 minutos, por exemplo, ficou confusa. E me pedir na distância percorrida. Enfim, a tecnologia não quis me ajudar neste longão.

Mas o melhor de tudo é que não senti o esporão. Cansei sim, por que na volta enfrentamos as subidas e descidas entre o Pontão e a Ponte JK mais cansados. E toda a confusão causada pela perda do tempo real chegou a me abalar um pouco psicologicamente. Sentia que estava bem fisicamente, apesar das pernas ficarem a cada quilômetro mais pesadas. Mas segui em frente, motivado por Aline a cada para para hidratação.

3h40 depois estava eu terminando meu longão e acabando de cruzar de volta a Ponte JK feliz da vida. Venci o esporão. E venci mais coisas: a dependência de correr com o som - apesar do que, vou levar meu MP3 para a Maratona sem dúvida - e de ficar de olho direto no relógio - surpresa que não quero ter no Rio.

No final, esperando a turma chegar, ficamos preocupados por que o Sérgio não chegava. Foi quando Grace ligou e ele disse que estava socorrendo uma corredora que havia passado mal e estava quase desmaiada no meio da Ponte JK. Mas com Sérgio tudo bem.

Final do longão, todos cansados mas felizes.
Prontos para encarar a Maratona do RJ!
Resumo do longão:
Longão para a Maratona do RJ "O Desafio Final - Eu X O Esporão"

Tipo - Treino                                      
Com: Grace, Sérgio, Thaís, Gislene e Aline (apoio)
Distância Proposta - 32 a 36 km
Distância Percorrida - 38 km
Onde - Lago Sul - Brasília/DF
Data - 15 de junho de 2013
Hora da Largada - 6h10
Hora da Chegada - 9h50
Tempo de Corrida - 3h40                    
Pace Médio - 5:49min/km

E vamos nós, para mais uma Maratona do RJ!

Boas passadas.  

segunda-feira, 10 de junho de 2013

10ª VOLTA DO LAGO - A HISTÓRIA DO CONDOR TEAM

A bela medalha da 10ª Volta do Lago
E aí, Corredor?!

O que leva tanta gente a acordar de madrugada no domingo para correr? E o que leva esta turma a se superar pessoalmente, correndo muito mais que qualquer outro dia?

A Volta do Lago Caixa, uma ultramaratona de revezamento que acontece há 10 anos em Brasília, tornando-se uma das mais tradicionais provas de revezamento da cidade e do país tem este fascínio de atrair as pessoas para correr tão cedo e de reunir as pessoas em grupos, para montar estratégias de corrida e se superar, dedicando cada esforço a mais para o bem da equipe.

Este ano foram 3 mil corajosos aventureiros que enfrentaram os 100 km da competição, em equipe - de 2, 4, 6 ou 8 integrantes - ou sozinho, enfrentando as dificuldades do percurso durante 7, 8, 9 e até 12h neste último domingo, dia 9 de junho. 

E eu estava lá, pela sexta vez consecutiva, encarando o desafio com mais 5 amigos no sexteto Condor Team da Equipe X.

Equipe X esteve presente com 12 equipes na 10ª Volta do Lago 
Volta do Lago - A Volta do Lago Caixa é uma ultramaratona de 100 km que acontece há 10 anos em Brasília. O percurso pode ser corrido sozinho, podendo o atleta optar por correr 100k ou 60k, ou em equipe de 2, 4, 6 ou 8 participantes. Existem ainda duas categorias principais: economiário, com equipes formados por funcionários e dependentes de funcionários da Caixa, patrocinadora do evento, e aberta, onde concorrem as demais equipes.

A largada da prova acontece no Eixão Sul, larga avenida que corta o bairro da Asa Sul, perto do prédio Matriz da Caixa. As equipes podem escolher entre 3 horários para  largar - 6h15, 7h15 ou 8h. Para os ultramaratonistas dos 100k a largada é 5h e para os do 60k às 9h.


O percurso é composto por 14 trechos que fazem a volta no Lago Paranoá, começando e terminando no Eixão Sul. As distância variam de 3k a 11k, com subidas, descidas e trilhas e  tempo máximo de prova é de 12h.

Quarteto feminino da Equipe X, campeão na categoria economiário
Além do desafio, outra atração da Volta do Lago é o percurso, que passa por muitos cartões postais de Brasília. Catedral, Museu Nacional, Esplanada dos Ministérios, Congresso Nacional, Praça dos 3 Poderes, Ermida Dom Bosco, Pontão do Lago Sul, Ponte JK são apenas alguns deste pontos, além das belas paisagens proporcionadas pelo Lago Paranoá, com destaque a Barragem, o percurso mais difícil para os atletas.

Este ano houve um recorde de ultramaratonistas inscritos, 40, entre homens e mulheres que resolveram encarar os 100k ou os 60k sozinhos.

O percurso também estava recheado de novidades nos trechos, com aumento de alguns e diminuição de outros, sendo que o já era o mais difícil foi mais “casca grossa” ainda, o da Barragem do Paranoá, que neste ano, além da subida intensa de 2k da própria Barragem, o atleta tinha que encarar cerca de 1,5 k de subida na Ermida Dom Bosco. Ano passado, este trecho ia até o início da Ermida, onde ficava o ponto de troca. O trecho seguinte é que incluía a também difícil subida da Ermida.

Condor Team Equipe X: da esquerda para direita
Eduardo, Sérgio, Grace, Rafael, Thaís e Caique
Condor Team - O sexteto Condor Team, uma das 12 equipes da Equipe X, era composto por duas mulheres - Grace e Thaís - e 4 homens  - Eduardo, Rafael, Sérgio e eu (Caique). Todos têm grande experiência na Volta do Lago e em provas longas. Entre competições dos integrantes constam a Maratona do RJ, a Maratona Mountain Do Deserto do Atacama, Ultramaratona de Revezamento da Volta da Ilha de Florianópolis e diversas meias maratonas.

Grace foi quem largou pelo Condor Team, fazendo uma das provas mais rápidas de sua história como corredora, terminando os quase 10k com um ritmo médio de 5min/km. Thaís, além da excelente organização, foi guerreira em cada um dos seus dois trechos, ambos de bastante dificuldade. Sérgio fez a maior distância entre todos, 21k, mostrando seu excelente condicionamento e rasgando nas passadas. Eduardo venceu em apenas 55 min o difícil trecho das subidas da Barragem e da Ermida, o maior e mais difícil da prova com quase 11k. Rafael superou as dores na panturrilha para fechar a prova para o Condor Team com 4min50/km de pace médio no final, correndo no calor da tarde no desolador Eixão Sul. E eu corri 3 trechos, assim como o Sérgio, buscando acompanhar e manter o ritmo forte de toda a equipe nos variados terrenos enfrentados, de trilha e asfalto.

Corremos! E corremos muito bem meus amigos! Com "sangue nos olhos", como a gente brincava desde antes da Volta do Lago. Nem em nossas expectativas mais otimistas esperávamos um resultado tão bom, tirando mais e mais minutos a cada trecho, o que resultou no encerramento da prova mais de meia hora antes do previsto. Foram 8h09 de Volta do Lago, quando o previsto era 8h41.

Condor Team. "Sangue nos olhos!"
Acabamos sendo a 4ª Equipe X a cruzar a linha de chegada, atrás dos feras como a Equipe Prime, octeto do nosso professor Nirley, a Fox, supercampeã da Volta do Lago na categoria economiário que este ano correu em sexteto, e de um outro sexteto de Goiânia com corredores "sinistros" da Caixa. 

E mais uma vez a Volta do Lago mostrou a sua magia, unindo grupos de pessoas em uma competição saudável, correndo pelas belas paisagens de Brasília e curtindo cada quilômetro superado com alegria, garra e superação.

E que venham outras Voltas do Lago!

Boas passadas.

domingo, 2 de junho de 2013

K21 DE PIRENÓPOLIS. CORRIDA PARA NÃO ESQUECER

Começo da Subida do Frota, cerca de 3k de morro
E aí, Corredor?!

Sabe quando falei neste blog sobre as dificuldades das trilhas da Fazenda Taboquinha? Ou quando mencionei a terrível "Subida da Bundinha", no Altiplano Leste? E os 15 km superados em Florianópolis, na Volta da Ilha de 2011? Nada se compara a corrida que encarei neste sábado na pequena e turística cidade goiana de Pirenópolis. A K21 foi a corrida mais complicada que já superei.

Fui a Piri (como a cidade é carinhosamente apelidada) muita vezes para curtir a festa literária (Flipiri) ou a Cavalhada ou simplesmente as belas cachoeiras da cidade. Nunca pensei que um dia iria correr nesta trilhas íngremes da cidade. E foi isso que eu, e mais 599 malucos fizemos neste dia 01 de junho de 2013.

Todas as provas do circuito de corridas K21 são assim, em morros, em locais onde correr é um desafio dos mais complicados. Arraial do Cabo e Bombinhas são alguns exemplos. Sempre provas em trilhas, onde os corredores encaram uma corrida de aventura em sua essência, com desafios bem difíceis e que não são para os fracos ou despreparados.

Piri mostrou isso para gente neste sábado. Encarar os 13 km (K13) ou os 21 km (K21) foi um desafio para os fortes. Ao final da prova era comum ver pessoas mancando, chegando no último suspiro, no sacrifício, com cãibras na panturrilha, os pés doendo, chorando. A superação é extrema e vencer o desafio dá um sabor de vitória inexplicável mesmo.

Sobe Aline, sobe! Encarando o Frota com uma dor no pé danada
Percurso - Os organizadores não bobearam. Prometeram um percurso difícil e preparam o ânimo de todos para o que poderia vir. Muita subida, descidas difíceis cheias de pedras soltas e disfarçadas, travessia em riachos, lama, mato. Uma variação incrível de terrenos. O subíamos muito pelas trilhas ou descíamos muito por essas mesmas trilhas. Cerca de 90% do percurso é em trilha, afinal. Asfalto, na saída, na transição entre os 13 e 21k e na chegada dos 21k. O resto, terra e mato o tempo todo. E muito morro para subir e descer.

O percurso nos leva ao ponto mais alto da cidade, onde ficam as antenas de rádio e tv. Descemos ribanceiras segurando em corda, passamos por uma pedreira das famosas pedras de Pirenópolis, lindas, bonitas, mas no local que passamos soltas, cortantes onde cair era estrago grade na certa.

O estudo da altimetria já mostrava que o desafio era gigante mesmo. De cara, 3 km de morro com uma subida interminável, a chamada Subida do Frota. Pensei que ia tocar nas nuvens da nublada tarde de sábado. A largada foi as 14h, sob um tempo nublado e fresco, com leve ameaça de chuva no horizonte que, ainda bem e graças a Deus só caiu no final.

Aí, depois desta subida louca, descida onde correr muito não dava por que as pedras não deixavam. Um tombo era rasgar a perna e algo mais na certa. E tínhamos que ter olhares atentos não só para o chão como para os galhos, já que entramos no meio de mata fechada.

Passamos pela antenas e o visual deslumbrante do vale apareceu e me lembrou que tínhamos que descer aquilo tudo para acabarmos a corrida. E foi uma descida emocionante, difícil, cheia de cuidado.

Depois da trilha, um pouco de asfalto e rua de pedras do calçamento irregular da cidade. Passamos por um passeio preparado para caminhada e depois, mais trilha. Destino: a pedreira de onde são extraídas as pedras de Pirenópolis. Só não achava que teria que passar pelo meio dela, tateando entre estas pedras soltas e cortantes que receberam o nome da cidade. Cair era um risco que não podíamos correr por que o estrago podia ser bem grande.

Grace levou medalha e troféu da prova. 
Chegar ao final foi emocionante mesmo. Depois de 2h32min de prova consegui, superando minha pequena dor (cada vez menor, graças a Deus) do esporão calcâneo, meu receio de me perder, o que se mostrou impossível pela excelente sinalização colocada pela organização. Cheguei, venci, agradeci a Deus pela vitória, pela coragem, por poder viver a aventura e fazer os 21 km, não ficando nos 13k como cheguei a cogitar. Prova realmente inesquecível. Mas estou me adiantando nesta história.

A Corrida - Minha corrida foi de desconfiança da minha real condição de fazer a prova completa, os 21 km. Só decidi mesmo na hora da transição, quando resolvi vira rumo a distância maior. Ali já eram 12k superados e achei que mais 9k não seriam problema. E não foram, só que também não foi nada simples.

Larguei mais atrás, para deixar os "feras" correrem na deles, na busca do pódio. E tinha muita gente boa correndo. Equipe de Brasília em sua maioria, mas tinha também de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e outros muitos lugares do Brasil. Eram 600 inscritos tentando superar os morros de Piri.

Na maioria dos morros, que eram muito, mas muito íngremes mesmo, não consegui correr, assim como todos os outros atletas que estavam próximos a mim. Tentei imprimir uma caminhada rápida, quase uma marcha atlética. E assim fui superando cada desafio. E já nos primeiros quilômetros já esta encharcado de suor, tal era a dificuldade do percurso.

Rafael e Thaís no início da prova
Mas fui seguindo meu rumo, conversando com minha pequena dor do esporão, administrando-a pelo percurso até que chegou num momento que ela simplesmente desapareceu. Vieram outras dores, de pé gelado depois de passar pelo riacho. Tudo superável.

Na descida da corda, quase caí, mas consegui me segurar e continuar minha corrida. Mas o local mais tenso mesmo foi a pedreira. Cair ali, como já mencionei, era acidente feio na certa. As pedras eram cortantes e estavam soltas, como o pessoal da organização avisava antes da gente começar a correr. E rola morro de pedras abaixo era um risco que eu não queria correr.

Cheguei feliz, ao lado do amigo Danilo, que conheci por meio do E AÍ CORREDOR. Cruzamos a linha de chegada juntos, eu com meu esporão e ele com cãibra e joelho doídos. Mas vencemos nossos desafios pessoais. Eu, superfeliz de ter encarado o desafio, que antes do início da prova pensei que nem ia encarar. E ali, comemorando as 2h32 como se fosse um recorde mundial. Foi minha primeira trilha pedreira, minha primeira prova oficial depois da lesão. E eu superei!!!

Depois, foi hora de esperar a turma. A galera X veio em bom número. Estávamos eu, Aline, Ivanilson, Thaís, Rafael, Grace, Sérgio, Alexandre, Nirley, Jacqueline, Dioneuda, Adaura, Paula, Kennedy, Sylvia. Ainda encontrei outros amigos como Danilo, o irmão do Orion (que, desculpe, esqueci o nome), Humberto, Lúcio, Sérgio Tepedino, Aninha Rovaris e outros tantos que fiz pelo caminho.

E comemorar a vitória pessoal da minha amiga Grace, que levou o troféu da sua categoria.

Galera X, mandando ver na K21 de Piri
Organização - O kit não foi dos melhores, mas a organização foi nota 9 pela excelente sinalização pelo percurso, com bandeiras e marcas de cal pelo chão, o pessoal indicando o caminhos nos pontos de cruzamento e os vários pontos de hidratação. A medalha muito bonita e o troféu também. Gostei!

Não sei se encaro outro desafio deste tipo, mas gostei da experiência de correr em trilhas, bem diferente do que correr no asfalto. Vencer este desafio me deu força para encarar a minha terceira maratona e confiança para perseguir esta conquista. 

E vamos que vamos que semana que vem tem Volta do Lago Caixa com o Condor Team da Equipe X!

Boas passadas.