segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CORRIDA DE SÃO SILVESTRE - EM 2011 EU FUI !

E aí, Corredor?!


Participar da Corrida de São Silvestre foi realmente especial. E motivos existiram muitos para isso. Para citar alguns:

  • Os amigos da Equipe X correndo junto a mesma prova e celebrando a passagem do ano depois;
  • O novo percurso, mais rápido, bem diferente do anterior e que, apesar das polêmicas, agradou, principalmente os atletas profissionais que elogiaram;
  • A multidão de corredores, recorde de inscritos. Foram 25 mil pessoas, fora os “pipocas” (os que correm sem inscrição);
  • A outra multidão, do público prestigiando e motivando. Eles nos acompanharam por todo o percurso, mesmo com o forte temporal que caiu, ficaram lá, firmes; 
  • A estréia nessa mágica prova de rua. Correr a mais famosa e popular prova do Brasil é diferente. Nem é pela distância percorrida (15 km), mas por toda a sua tradição.

Duas horas antes do início da prova nós já estávamos lá, esperando a hora da largada. Os cadeirantes e atletas com deficiência largaram primeiro, às 15h. Depois foi a vez da elite feminina, 17h, e finalmente a elite masculina e o pelotão geral, 17h30. 

A espera foi tensa, coberta de ansiedade e cansativa. A medida que ia chegando momento de largar, nós  ficávamos mais e mais emocionados. Olhávamos para os lados e víamos a multidão de gente pronta para dividir o mesmo espaço, correndo os 15 km. Era muita gente. Isso já demonstrava como era uma corrida diferenciada a que íamos fazer no dia 31/12/2011.

A Equipe X tinha umas bandeiras com o seu nome, num total de 10. Isso era para marcarmos nossa presença e, quem sabe, aparecermos diante das câmeras de TV. Alguns amigos me enxergaram , ou melhor, enxergaram o meu boné e a minha camisa na largada (RSS). Mas já valeu o registro. Nosso grupo tinha cerca de 30 pessoas.

Na espera, o calor castigava-nos mas no exato momento da largada começou a chover forte. Uma chuva gelada e pesada. Mas nada que nos desanimasse. Afinal, era hora de partirmos para nossa conquista pessoal: correr pela primeira vez uma São Silvestre!

E lá fomos nós, pontualmente às 17h30 o pelotão geral largou, todos motivados pela outra multidão, da galera que nos acompanhava pelo percurso. De cara, descendo o viaduto que dá acesso a Av. Paulista, depois de largamos do MASP, o pessoal gritava à medida que a gente passava pelo túnel. Uma vibração diferente que veio na forma de uma gritaria quase ensurdecedora do público e dos corredores, já mostrando como iria ser emocionante correr aquela prova.

Apesar de alguns amigos que já correram a São Silvestre terem me alertado que, pelo menos até o quilômetro cinco a gente não consegue correr bem, não foi bem isso que constatei. Na verdade, durante todos os 15 km tínhamos muita gente dividindo o espaço existente, o que dificultava o desenvolvimento das passadas. Nunca tive esta experiência, nem nas provas cariocas. Era muita gente aglomerada e no percurso todo e, em alguns pontos, as avenidas eram apertadas e a gente tinha que tomar cuidado para não atropelar outro corredor. 

Outro detalhe que inspirava cuidados era o asfalto molhado. Isso por que nas área pintadas, como as faixas, a possibilidade de escorregarmos era grande. A pista esta realmente um sebo e todo cuidado era pouco.

Depois da concentração inicial onde toda a Equipe estava junta, a turma foi se separando. Eu, Ivan e Aline havíamos combinado de corrermos juntos mas conseguimos isso só no início da prova. Logo fomos dispersando e Aline ficou com Juliana e Maurício. Eu e Ivan porém conseguimos cumprir a prova juntos, um "puxando" o outro pelo trajeto.

O novo percurso demonstrou ser tranqüilo. Já corri provas muito mais difíceis. A maior parte foi de descida, o que realmente tornou a prova bem mais rápida. A única grande subida foi a da Av. Brigadeiro, onde realmente a gente sente um pouco mais. Mas, como o fluxo de pessoas correndo e grande e, como falei, impede um pouco a gente de desenvolver nossas passadas, tínhamos energia de sobra guardada para a Brigadeiro, que já era no final da corrida.

Uma das experiências mais interessantes foi o apoio do público. Este foi outro grande e positivo diferencial de São Paulo. Mesmo com o temporal castigando a cidade, as pessoas não desistiram de nos apoiar. Vi gente encharcada de chuva lá, gritando palavras de incentivo para gente. Crianças estendiam as mãos para que nós a cumprimentássemos com um rápido. E elas comemoravam quando batíamos. E o outro apoio foi dos próprios corredores. Sempre vinha um e gritava “Tem alguém cansado aí?”. No que a massa de corredores respondia “Não!!!”.

No final, com um temporal caindo, chegamos, eu e Ivan, com 1h22 de prova. Depois de enfrentar o lamaçal que tomou conta do canteiro próximo ao Obelisco para pegarmos a medalha, juntamos alguns corredores e seguimos para o hotel para o reconfortante banho quente e para nos prepararmos para a festa da virada. E nós – eu, Aline, Sebastião e Ivan – resolvemos voltar em um trotinho para soltar a musculatura e não deixar o frio tomar conta do corpo. Idéia do Sebastião, aprovada por todos nós. Eram pouco mais de 2 km, nada que pudesse “quebrar-nos”.

Depois, conversas sobre a corrida e a alegre sensação de ter carimbado mais uma prova inesquecível no currículo, coroada por uma bela medalha. E ficou a vontade de fazer outras. Muitas outras. Mesmo com as muitas reclamações que vi de outros corredores, com certeza mais competitivos e tarimbados que eu, que reclamavam do atropelo da largada, da entrega dos kits, da mudança de percurso, do lamaceiro no final e até dos corredores fantasiados. Eu não vi nada disso. Minha única reclamação realmente foi o lameiro do final, que acreditava ser desnecessário. No mais, perfeito. Entrega dos kits rápida e tranquila, que contava ainda com uma feira, bastante água pelo percurso e isotônico servido em um saquinho facilitando a gente a beber. Enfim, de 0 a 10, 8 pelo menos. E com louvor.

Em tempo: a prova foi vencida pelo Etíope Tariku Bekele no masculino com 43min35s e o no feminino por Priscah Jeptoo, do Quênia (48min48s), recorde da prova. O pódio feminino e masculino foi todo formado por atletas africanos, do Quênia ou da Etiópia. Os melhores brasileiros foram Damião Ancelmo de Souza (44min53s) no masculino e Cruz Nonata da Silva no feminino (51mn59s). Marilson Gomes dos Santos, campeão de 2011 e brasileiro favorito neste ano ficou em 8º lugar no masculino, com o tempo de 45min06s. Todos os atletas destacaram a alta competitividade do terreno e o elevado nível técnico da corrida deste ano e todos gostaram da mudança do percurso, que o tornou mais rápido.

Boas passadas e Feliz 2012!


2 comentários:

Carol disse...

A minha única reclamação da São Silvestre foi os saquinhos do isotônico, com a chuva esses saquinhos viraram um sabão!!

Caique Responde disse...

Fala Carol!!!
Realmente passei por estes saquinhos caídos no chão. Risco total, ainda mais com a chuva. Mas eles eram bem mais práticos que os copinhos, que a gente tem que parar para beber se não se mela geral. Agora, que a galera podia jogar para o canto, isso podia.
Boas passadas.