segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CORRIDA SEM COMPROMISSO - SÓ PELO EIXÃO - 21k

E aí, corredor?!

Acordei no domingão de sol para correr pelo Eixão, a larga avenida que corta os dois principais bairros de Brasília, a Asa Sul e a Asa Norte. E estabeleci três objetivos para esta corrida. Primeiro, seguir o treino da planilha do treinador, que era ficar 70min correndo. Depois, tentar, saindo do final da Asa Norte, chegar até o final Asa Sul, até os cones que limitam o acesso dos carros ao Eixão no domingo, quando a avenida é fechada para o trânsito de automóveis. E o terceiro e último, tentar fazer a "Travessia do Eixão", objetivo principal do ano para mim, que é tentar correr a avenida de cone a cone.


Levei todo o aparato necessário para aguentar o calor e a secura da cidade deste mês de agosto: cinturão com garrafas contendo água, bisnagas de carboidrato em gel, o meu parceiro Garmin (relógio que marco minhas distâncias, batimento, tempo, etc.), o outro parceiro MP3, óculos de sol e boné. Me besuntei de protetor solar e saí para o desafio.

Comecei a correr a partir das quadras 12. Isso quer dizer que, como peguei o sentido do Eixão Sul, minha corrida começou com uma subida. Coloquei o meu Mizuno Wave Nirvana 6, tênis que pretendo correr a Meia Internacional do Rio deste domingo que vem, para testar meu comportamento com ele e já que o meu adorado Saucony parece já ter dado tudo o que tinha direito. Um breve alongamento, um início lento e lá vamos nós. Clicar no botão start do Garmin e perna pra que te quero.

Logo de cara entrei na corrida do Criança Esperança, que estava acontecendo no Eixão Norte. A partir das quadras 10 dividi espaço com os corredores, eu e os milhares de usuários do Eixão. Corri tranquilo e numa passada bem cadenciada, acho que até lenta demais. Tive momentos com pace de mais de 6min/km, o que fez sobrar pulmão e, a partir do quilômetro 18, faltar perna. Na verdade, depois, percebi que o meu problema não é perna, mas o psicológico.

É que o Eixão Sul, como todos os que acompanham o blog sabem, é feita todo de um grande descida, para quem corre do início para o final da avenida, e na volta, consequentemente, só subida. Corri tudo isso muito bem e achei durante todo o tempo que conseguiria naquele dia fazer a "Travessia do Eixão". Mas esqueci do meu maior inimigo, o meu psicológico.

A subida constante e os primeiros sinais de incômodo das pernas e pés começaram a me derrubar a partir do 15º km. Uma dor na sola do pé, causado pelo atrito da meia com o tênis, foi o primeiro sinal. Depois veio a panturrilha, que nem estava doendo mesmo, e aí o peso nas pernas, resultado total do meu psicológico, do corpo querendo me fazer parar pela mente e eu lutando contra ele.

Já tinha, a esta altura, cumprido dois objetivos: os 70min de corrida sem parar e chegar até os cones no final do Eixão Sul. Agora partia para outro objetivo criado no meio do percurso: atravessar de volta o Buraco do Tatu, viaduto que liga o Eixo Sul ao Eixo Norte. Cruzei indo e queria cruzar voltando, e consegui também. Nisso já havia cumprido pouco mais de 19k e aí pensei: tenho que fazer pelo menos 21k.

E fui, arrastado, para completar a distância. Quando deu 21k, parei de correr, cliquei no stop do Gamin e fiquei feliz. Tinha conseguido enfrentar pelo menos em parte a batalha do psicológico. Só que deixei meu carro na 12 e parei na altura das quadras 04. Assim, tive que ir caminhando até o local que larguei.

Mas quem disse que conseguir ficar caminhando. Depois de uns 500m, as perninhas resolveram se mexer novamente e segui, num trote, até o final do meu objetivo. Isso mesmo, corri o restante do percurso e ali tive a plena certeza que consigo fazer a travessia. Tinha pulmão de sobra, tinha perna, só precisava ganhar do meu psicológico mesmo. 

O argumento que usei para parar nos 21k foi a prova carioca. Fiquei com medo de me lesionar e não ter condições de fazer a prova de lá. E aí parei. Caí novamente por terra e, em um dia que tudo conspirava para que eu conseguisse conquistar meu objetivo, eu simplesmente me sabotei e abortei o meu objetivo principal do dia.

Tudo bem, corri 21k, mas fiz em longas 2h03min, um tempo que nunca fiz em prova nenhuma. Corri lento demais, tanto que meu pace médio foi de 5:53/km. No último quilômetro o pace foi de 6:52. Ridículo!

Assim, percebi que o meu principal desafio mesmo, objetivo único deste corredor que vos escreve, é conseguir encarar o psicológico durante a prova longa ou curta e vencer este desconforto, criado mais mentalmente, para superar a meta de correr confortavelmente qualquer distância, mesmo naquelas que o ritmo tem que ser mais forte, como nos 5k.

Vai ser difícil, mas a gente chega lá. Quanto ao Mizuno que estreei em distância maiores - o tênis já não é novinho mas só tinha treinado com ele até então - não é, para mim, melhor que o Saucony, mas não foi ele que influenciou minha baixa performance. Se vou correr com ele no Rio eu ainda não sei.

Boas passadas.

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