quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CORRER É COISA DE MALUCO !


E aí, corredor?! 

Fiquei pensando na frase que alguns amigos, que não entendem o que eu vejo nas corridas, durante meu momento de reflexão antes da publicação do post. E o pior é que cheguei a conclusão que realmente correr, ou melhor, praticar a corrida como esporte é verdadeiramente coisa de maluco!

Afinal de contas, ao contrário dos atletas, definindo aqui esta terminologia como aqueles corredores profissionais, que conseguem viver da corrida, ganhando dinheiro com ela. Aqueles de alta performance, detentores de grandes feitos como correr entre os primeiros em uma Maratona, uma Olimpíada, ter reconhecimento internacional pelos seus grandes feitos. E daí, estes sim tem suas compensações, e não correm apenas pela simples, e ao mesmo tempo complexa, vontade de correr, como nós, corredores amadores, cuja glória é pessoal, individual, só nossa mesmo.

Então, relembro meus momentos de loucura na corrida, e veja que é coisa de maluco. Feitos grandiosos para mim, que não me deram nenhuma reportagem especial, grana. E que quem não entende não dá nenhum valor.

Como acordar 5h da manhã para correr em um dia frio de domingo a Maratona do Rio de Janeiro ano passado. E enfrentar a dor de uma cãibra durante mais de 6k, que quase me impedia de correr e, apenas depois de um banho morno, me sentir feliz com o feito de completar 42k, na verdade mais de 43k, correndo 4h11m sem parar. Isso mesmo, conheci toda a famosa orla carioca, desta vez como corredor, dando minhas doloridas passadas do Recreio ao Aterro do Flamengo.

Ou quando enfrentei mais de 6h de ônibus para correr a Volta da Pampulha, em uma viagem que chegamos em um sábado, corremos no domingo e no mesmo domingo, cansados pelos 18k superados, nos retorcemos novamente no ônibus para voltar imediatamente a nossa casa, enfrentando mais 6 horas de viagem e tendo que trabalhar logo no dia seguinte.

Nesta mesma Volta da Pampulha, em 2010, depois de ter tido duas experiências em anos diferentes na prova, enfrentei a mais apavorante corrida até hoje, principalmente por saber que colegas haviam até morrido na prova. Isso mesmo, faleceram correndo por que exigiram demais do corpo. Vi gente desmaiando, dezenas de ambulâncias indo socorrer corredores e eu lá, chegando ao fim dos 18k mais difíceis da minha vida até hoje. Tudo por conta de um calor incrível que pegou na capital mineira no dia da prova e da altíssima umidade.

A Pampulha reservou também outra experiência maluca. Em 2009, antes de começar a prova, tivemos que ficar mais de uma hora aguardando a largada ser dada debaixo de um temporal que nos encharcou por completo e esfriou demais a temperatura. Coisas de Belo Horizonte.

É. Correr é coisa de maluco mesmo. Quem diria que, com frio, chuva, calor excessivo estaria treinando. Fazendo tiros de 1k, 2k, 3k a pace médio de 3min/km, o que para atletas profissionais é fichinha mas para mim é impensável.

E me veio a lembrança a Maratona novamente, e os 33k preparatórios que corri com os amigos Nirley, nosso treinador, e Jailto, cuja maior parte do trajeto foi feito sem água nenhuma, no auge da seca em Brasília, que não é fácil. Foi uma insanidade mesmo. Sem falar do percurso, onde dividíamos o espaço com carros velozes, que por vezes nem se preocupavam com a nossa presença, mesmo a gente correndo na contra-mão do fluxo automotivo.

E aí, penso: enfrento 5k, 10k, 18k, 21k, 33k, 42k, 43k correndo apenas para ganhar uma medalha no final. Já são mais de 100 provas, pouco para quase 5 anos de história nas corridas. Já são mais de 1.500k correndo, e apenas para ganhar uma medalha, ou às vezes nem isso.

E, o mais incrível de tudo e sentir que tudo isso vale muito à pena. E perceber que já virou um vício correr. Sozinho, acompanhado, em tiros curtos ou longos percursos. No asfalto ou em trilhas. Correr é uma dádiva. É bom, gostoso, prazeroso. E tem sido ótimo descobrir isso a cada dia mais.

É, amigos, sou um verdadeiro maluco. E não vou parar de correr tão cedo.

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