sexta-feira, 25 de março de 2011

CORRIDA SEM COMPROMISSO - ENTRANDO PELO BURACO DO TATU

E aí, corredor?!

Acordei neste domingo, dia 20 de março, querendo correr. Fazia tempo que não dava minhas passadas livres, sem compromisso, sem a pressão que uma prova oficial, mesmo inconscientemente provoca. E escolhi o palco atual das minhas corridas sem compromisso, o Eixo Rodoviário, a larga avenida que corta os dois principais bairros de Brasília, a Asa Sul e a Asa Norte.

Fui naquela de tentar, se desse, concretizar o meu principal desafio pessoal do ano, que intitulei de Travessia do Eixão. Meu objetivo, desde o ano passado, e conseguir cruzar o eixo rodoviário inteiro (apelidado de eixão pela população), indo e voltando. Nada muito difícil, mas também não é tão simples por que a avenida é longa, com uma paisagem monótona de árvores e prédios iguais e cheios de subidas constantes, além de existir certo desnivelamento que não ajuda em nada fazer uma corrida longa. Só que sei que é superável. Muitos já devem ter feito isso. Mas para mim ainda é um mistério.

E ainda não foi dessa vez que concretizei isso. Sabia que seria mais complicado. Tenho enfrentado nos últimos meses uma batalha contra o meu psicológico que não tem me ajudado nem em treinos. Aquele pensamento que aflige a gente na hora da corrida quando nos perguntamos “o que estou fazendo aqui?!” tem martelado minha cabeça e eu acabo deixando de correr tudo o que eu queria. Domingo foi assim. Comecei lento, me preparando para correr o eixão todo, mas quando chegou ao início do eixo sul, voltei, vencido pelo psicológico.

Comecei no eixo norte, na altura das quadras 14. Levei meu cinturão com três garrafinhas com água e uma com maltodextrina, além de duas bisnaguinhas de carboidrato. Meu MP3 estava ligadão. Ou seja, me prepararei para o que desse e viesse, mas não estou bem condicionado. Tenho vacilado nos treinos desde o carnaval e faltado ou feito mais relaxado. Fiz apenas duas corridas oficiais até agora e os finais de semana tem sido de preguiça. Pouco corri e por isso sinto que ainda não “engrenei” na corrida ainda este ano. Fora isso, tem o já falado fator psicológico.

Corri bem até atravessar o chamado Buraco do Tatu, pequeno viaduto que divide os dois eixos e passa pela rodoviária local. Depois, comecei a sentir o cansaço e ficar pensando no que ainda faltava correr. Ali já havia corrido 7 km bem lentamente, só que a panturrilha esquerda, a mesma que me afetou na maratona, começou a doer de leve, e eu fiquei preocupado. Aí, na altura das quadras 04 sul, voltei. Daí o meu objetivo passou a ser apenas fazer 10k ou, pelo menos, atravessar novamente o Buraco do Tatu correndo, já na volta para o eixo norte. Acabei conseguindo mais que isso.

Pois é. Atravessei o viaduto e fui em frente. No meio dele, os 10k já estavam superados mas continuei correndo, lentamente, com média de 5min40 o quilômetro (altíssima para os meus padrões). Aí, depois de da subida final até a volta ao eixo norte comecei, surpreendentemente a acelerar e fui baixando um pouquinho a média dos min/km. Daí, pensei, vou tentar fazer 15k já que a distância deve ser completada praticamente no local de onde saí. E assim fui.

Corri 15k e depois de um tempo senti o prazer da corrida, a endorfina circular pelo corpo. Aí foi só alegria, nada de cansaço, dor na panturrilha, nada de nada. Cerca de 1k antes completei a distância, desliguei o cronômetro e comecei com um trotinho leve, de cerca de 1k, até o local de onde larguei. E foi uma chegada ótima.

Alonguei, suando demais. Usei as duas bisnagas de carboidrato, tomei toda a água e a malto. E me senti realizado, como quando termino uma grande prova. Só que tenho que superar a parte do sacrifício. Meu grande inimigo sou eu mesmo, meu psicológico. Ele não me quebrou, mas já me impediu de fazer mais, com oeste final de semana.

E foi bom. Correr foi ótimo. E vou tentar, a cada domingo que puder, aumentar mais e mais esta distância para no final conseguir fazer a Travessia do Eixão.


Veja aí o percurso que fiz registrado no meu Garmin:



Vamos juntos nessa? Começo a correr na altura da quadra 14 norte. Lá tem um posto de gasolina, no eixinho das 200, que deixa a gente estacionar lá o carro. Dali, saio em direção ao eixo sul. Cada eixo tem, oficialmente, cerca de 6k. O Buraco do Tatu tem cerca de 1k. Total na ida de cerca 13k e mais 13k na volta. Total geral de 26k mais ou menos. Mas aí a gente faz o que puder. Quem topa?

No próximo domingo tem a prova das Estações Adidas, mas no outro, nada previsto. Estarei lá, tentando me superar. Se quiser vir comigo, está convidado?

Boas passadas.

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