quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ÁGUA DEMAIS OU ÁGUA DE MENOS

E aí, corredor?!

Manter-se bem hidratado é uma das primeiras coisas que se aprende em qualquer esporte. Nas corridas de rua, onde mesmo pequenas perdas de líquido corporal podem significar grandes reduções de rendimento, as preocupações com a hidratação foram sendo reforçadas ao longo do tempo e passaram a ser cada vez maiores e mais severas.

No caso das corridas a preocupação tornou-se tão grande que recomendava-se a ingestão de água a cada 15 ou 20 min, considerando ainda que o corredor vinha para a prova muito bem hidratado e na poderia largar sem se reabastecer antes.

A recomendação para se beber muita água sempre esteve associada aos riscos da desidratação. Um maratonista, por exemplo, têm uma perda de líquidos acentuada e, evidentemente, precisa de muito mais água que uma pessoa precisaria em uma situação normal.

Não havendo de onde tirar água, o organismo busca da existente em outras partes do corpo para priorizar a recomposição do sangue. Não havendo líquidos suficientes, ocorre um aumento da freqüência cardíaca e, se ainda assim não for suficiente, acontece a redução da capacidade respiratória. Por isso a recomendação: beber toda a água que pudesse e mais um pouco.

Porém, o excesso de água também pode acarretar em problema para nós corredores. Estudos constataram que o excesso de água – ingerido em princípio para prevenir e evitar a desidratação - acaba provocando um desequilíbrio ainda maior na taxa de sódio. O organismo está com sódio de menos e ainda tem que dividi-lo com a grande quantidade de água que foi bebida. O resultado de tamanha diluição é que a concentração de sódio no plasma sangüíneo baixa muito além dos limites (Hiponatremia).

Entre outras situações mais específicas, a hiponatremia ocorre em indivíduos que por alguma razão ingerem (ou recebem) enormes quantidades de água, ou seja, exatamente o que podiam estar fazendo os corredores que eram (são) orientados a beber abundantemente durante as corridas, mesmo que não tivessem sede. Por serem desequilíbrios eletrolíticos, tanto a falta (hipo) como o excesso (hiper) de sódio no organismo representam riscos à saúde e à vida.

A letargia e a confusão mental estão entre os sintomas iniciais da hiponatremia. À medida que ela se torna mais grave, os músculos podem apresentar contrações e o indivíduo pode ter crises convulsivas. Nos estágios mais avançados podem ocorrer o estupor, o coma e a morte. Quanto menor for a taxa de sódio e mais abrupta for a sua queda, maiores serão os riscos.

Por outro lado, o volume sangüíneo pode aumentar quando existe excesso de sódio no corpo, a chamada hipernatremia. Nela o líquido extra fica retido no espaço em volta das células e acarreta uma condição denominada edema.

Ao contrário da hiponatremia, na hipernatremia o organismo contém muito pouca água em relação à quantidade de sódio nele existente. Geralmente a concentração de sódio sobe além dos limites quando há uma perda de água maior que a de sódio, o que, entre outras razões, ocorre quando o indivíduo transpira muito e ingere um volume demasiadamente pequeno de água, levando à desidratação.

Um sinal visível do edema é o inchaço dos pés, dos tornozelos e das pernas. Bastante comum entre idosos, a hipernatremia também pode ser observada em indivíduos com disfunção renal, diarréia, vômito, febre ou sudorese excessiva.

Resumindo: em termos da hidratação adequada, o ponto chave de suas novas corridas deverá ser deixar seu corpo dizer para você se ele quer mais ou menos líquido. Não se descuidando nunca da importância da água, esqueça um pouco as recomendações teóricas - de modo geral elas tendem a ser um tanto exageradas ou ficam afastadas da realidade individual - e beba quanto e quando seu corpo pedir. Aprenda a dosar bem a quantidade ingerida. Nada de ficar naquele desespero do "tenho que tomar dois copos agora e um daqui a vinte minutos". Esse tempo já passou.

Veja a matéria completa no dita da Revista Contra o Relógio. Clique aqui (http://revistacontrarelogio.com.br/materia/agora-e-para-beber-so-quando-tiver-sede-nao-antes/).

Boas passadas.

Nenhum comentário: