quarta-feira, 6 de outubro de 2010

QUANDO CORRER VIRA UMA NECESSIDADE

E aí, corredor?!

Quando comecei a correr, fiz por que, em um momento conturbado da minha vida, precisava de alguma "válvula de escape" e, como sempre fui adepto a esportes, analisei todos os prós e contras dos que pretendia praticar e cheguei a conclusão que o melhor era a corrida. Isto numa época em que não existia este frenesi todo em cima do esporte.

De lá para cá já se vão 4 anos, oficialmente. Até mais, se levarmos em conta que comecei a correr em maio de 2006 mas considero mesmo a data de 25 de agosto de 2006, quando corri minha primeira prova oficial.

Já tive vários momentos na corrida. Aquela vontade enorme de estar sempre dando minhas passadas, a superação de recordes pessoais a cada corrida e, logo depois, a dificuldade em "quebrar tempos". A novidade de participar de um grupo de corridas, as provas fora de Brasília, o aumento das distâncias até que, finalmente, superei os 42,195 km da maratona. Tive ainda a desmotivação ou falta de, digamos, horizonte tendo em vista que não conseguia mais bater meus recordes pessoais, tanto de distância como de tempo, e não conseguia enxergar em como superá-los mais ainda.

Enfim, passei por diversos momentos até chegar ao estágio atual, onde correr virou uma necessidade para mim, tão essencial quanto andar ou respirar. Quando estou chateado por algum motivo, pego meu tênis e vou dar minhas passadas. Também quando estou feliz, penso em logo comemorar esta felicidade dando minhas passadas. Nada para fazer? Que tal dar minhas passadas?

É claro, há tempo para os outros prazeres da vida. Mas correr virou uma referência. E eu, no início, nem pensava que ia chegar a este nível de satisfação com o esporte. Virou mesmo um vício. Para mim, é algo sensacional quando começo a correr, sempre distâncias consideráveis (mais de 5k pelo menos). É quando não penso em nada, apenas me concentro automaticamente no meu corpo, respiração, passadas e vou desbravando os quilômetros.

Hoje não preciso impor metas. Corro por total prazer de estar correndo, de poder correr. Claro, coloco alguns objetivos. Em 2006, meu objetivo era procurar um esporte que pudesse praticar com frequência, sem paradas por conta de falta de um grupo para praticar ou de um local próprio (como era o caso da natação, ciclismo ou futebol que praticava). Em 2007, meu objetivo era conseguir quebrar meus recordes de tempo nos 10 km e depois dos 5 km. Em 2008, era correr as provas de revezamento junto com a Equipe X e participar desta equipe, agora praticando o esporte com orientação de um profissional.

Em 2009, correr uma Meia Maratona, elegendo como corrida do ano a Meia Maratona Internacional Caixa Cidade do Rio de Janeiro que naquele ano foi disputada em setembro. E finalmente em 2010 a prova do ano foi a Maratona, que também fiz na cidade maravilhosa.

Mas depois destas metas, e depois de um tempão correndo, não ficava naquela de "chega de correr!". Talvez tivesse ficado meio sem "pique" depois de uma meta destas cumprida, mas logo depois colocava outro objetivo e principalmente, não pensei mais em parar de correr.

Uma das coisas que fiz foi parar de colocar como principal meta correr bem uma prova. Isso, pelo que tenho visto, realmente tem desmotivado muitos amigos corredores depois que cumprimos a distância. Se a pessoa não coloca imediatamente outra meta, acaba desmotivando. Isso por que ainda não foi definitivamente contaminado pelo "bichinho da corrida". Vem uma mestrado ou pós-graduação, uma prova de concurso, uma viagem de férias, algo que faz ela parar e para voltar é um sacrifício.

Não sei explicar como que eu, de uma pessoa que detestava correr, virou um apaixonado pelo esporte. Não sei explicar como atingi este nível de motivação constante na prática. Sei que hoje não consigo mais parar. Tenho como objetivos correr uma corrida toda com o máximo de conforto físico e respiratório e não me lesionar para não precisar parar. Só. talvez estes sejam os motivos que me mantenham com a mesma "pegada", ou ainda mais. E, é claro, escrever o E AÍ, CORREDOR também é um grande motivador.

Enfim, o que posso dizer é: se você já conheceu os prazeres de correr, não desista. Insista mesmo naquele momento de maior desmotivação. Vale a pena, pode ter certeza.

Boas passadas.

Nenhum comentário: