quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O PÓS-CORRIDA

E aí, corredor?!

Depois de uma prova, seja ela qual for, uma das maiores preocupações de todos nós corredores é a recuperação. Quando a gente acaba a prova, o cansaço e as dores musculares insistem em aparecer, principalmente para aqueles que dão tudo de si na prova.

É claro que o condicionamento físico ajuda numa recuperação mais rápida. Mas quando falamos de provas longas, como uma meia-maratona ou mais, nem sempre estar bem condicionado é sinônimo de recuperação mais tranquila. Na Meia Internacional do Rio este ano, já na chegada, encontrei uma amiga corredora e conversamos bastante. Margareth já correu nem sei quantas Comrades, famosa prova da África do Sul pela sua dificuldade. São 89 km de um percurso bem complicado. E ela já enfrentou e fez tempos maravilhosos mais de uma vez.

Ao perguntar sobre a prova deste ano, ela, curiosamente para mim, destacou a recuperação dela, que foi uma das mais tranquilas, sinal de que ela havia treinado corretamente. E depois de falar com ela eu fiquei pensando naquilo.

Como eu corro mais por prazer que por competição, não tive até hoje este problema na recuperação. A busca gradativa pelo aumento da distância acho que têm me ajudado a seguir tranquilo meu caminho nas corridas. Mesmo na difícil Maratona carioca que enfrentei em julho deste ano e onde tive uma dor insuportável na panturrilha que quase me tira da prova, depois da chegada, em que estava cheio de dores, tomei um banho morno no hotel e já estava legal. A panturrilha, é claro, mereceu um trato mais apurado, mas nada muito complicado. E por conta e risco meu resolvi dar uma semana de descanso das pistas e só fazer academia. Mas é claro que 42,195 km não são 89 km. Nada de comparativos em relação à terrível prova enfrentada pela Margareth. Com certeza é bem diferente.

A revista O2, edição de agosto/2010, tem um editorial, de Anna Jigia Machado, que fala um pouco do pós-corrida e dá algumas dicas para a recuperação mais rápida depois das passadas. O primeiro deles é o repouso, tão mencionado pelos especialistas do esporte.

A massagem também é um destaque. Elas relaxam e favorecem a vasodilatação dos músculos, o que permite a retirada das substâncias metabolizadas pelo organismo depois da prova e a entrada de novos nutrientes.

Existe também a acunpuntura. A técnica oriental ajuda na recuperação energética e muscular do organismo, além de promover o equilíbrio físico e emocional, a prevenção e recuperação de lesões e de dores musculares e a melhora da flexibilidade. 

O banho de água fria (e não de água morna como acabei fazendo depois da maratona mas que de qualquer forma me ajudou e relaxou muito) também é uma alternativa. Caso opte pelo crioterapia, técnica em que o atleta fica alguns minutos com os membros inferiores totalmente envolvidos pelo gelo, o que provoca um estreitamento dos vasos sanguíneos (vasoconstrição) o que diminui o processo inflamatório causado pela atividade física. Mas deve-se fazê-la com orientação profissional pois se usado de forma inadequado pode causar queimaduras, lesões nervosas e nos órgãos genitais.

Devem existir muitas outras formas para se ter uma recuperação pós-prova tranquila. Acredito, pela minha pouca experiência, que, conforme já afirmei, o principal é um condicionamento adequado para cada tipo de desafio. Se for correr 5k existe um tipo de necessidade de treinamento, para os 10k outro e assim por diante, até chegarmos nas distâncias mais longas, como a maratona e ultramoratona, onde o preparo é bem mais específico e intenso. Mas com orientação de um profissional, tudo é possível.

Outra dica é tentar evoluir de maneira gradativa nestas distâncias, sem "pular" etapas. Lembro bem das dicas de especialistas que li nas revistas especializadas, bem como das conversas com o meu amigo e treinador Nirley sobre esta paciência na hora de optar por uma distância. Cada organismo é único e o atleta, com orientação, vai saber o momento exato de enfrentar um desafio maior. Mas não queira dormir e acordar um maratonista por que não dá.

No mais é correr e se divertir em cada prova, por que o que vale é sentir cada momento especial que uma corrida proporciona. Digo por experiência, nenhuma corrida é igual à outra. E procurar fazer o que seu corpo aguenta, ou um pouquinho mais, mas que não seja tão demais (rss).

Boas passadas.

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