quarta-feira, 2 de junho de 2010

CORRIDAS EM BRASÍLIA - UMA FÁBRICA DE DINHEIRO

E aí, corredor?!

Alguns posts atrás escrevi sobre a "pipoca" na corrida, que é quando a gente participa de uma prova sem pagar a inscrição, e relatei que um dos motivos para que isso seja uma prática, pelo menos em Brasília, é o alto preço cobrado por estas inscrições.

Em julho do ano passado já mencionava isso. Quando comecei a pagara para correr, em agosto de 2006, o valor que pagava pelas inscrições era de R$ 15,00. Hoje, tem organizador cobrando até R$ 80,00 para gente poder correr, amparado por um kit diferenciado e por todo o staff que envolve a prova.

E o número de provas na cidade aumenta assustadoramente. As empresas começaram a ver o quão rentável é realizar provas aqui por que, por mais que tenha gente que não tenha condições de pagar, ou outros que podem pagar mas não querem, vai ter ainda um bom número de corredores que paga de qualquer jeito para participar de uma prova, seja por que gosta da prova ou apenas para poder no dia seguinte ostentar a camisa nas academias e ruas da cidade.

Vocês devem estar se perguntando por que surgiu esta minha indignação, certo? Ano passado foi por conta do preço abusivo cobrado pela Track&Field em sua prova, a Run Series. Mesmo com o advento das provas do Circuito das Estações Adidas, Eco Run, 10 Milhas da Mizuno, entre outras, com preço em torno de R$ 60,00, a organização da Track&Field resolveu cobrar, ano passado, R$ 70,00 para cada uma das etapas da sua prova. Optei, portanto, por não participar das mesmas, mesmo gostando do difícil circuito, já que teria outras provas do mesmo nível e com um preço melhor, ainda mais para mim que sou assinante da Revista O2 (R$ 46,00).

E quando eu digo mesmo nível não me refiro a questão de organização mas apenas por alguns detalhes oferecidos nas provas mais caras, que são o mínimo que eles têm que oferecer pelo preço que cobram. As provas mais em conta, geralmente organizadas pelos militares ou pelo governo local, de diferente só têm o fato de não distribuírem no final o isotônico e não ter uma camiseta com tecido tecnologicamente moderno. O resto chega a ser até melhor tanto que a da Track&Field quanto da então Iguana, organizadora das provas da Adidas do ano passado.

E o pior que estas provas mais em conta também começaram a ficar mais caras. Em 2010, a única prova que mantém o preço ainda de 2006, de R$ 15,00, é a Corrida do Trabalhador realizada em parceria pelo SESI e pela Rede Globo. As outras aumentaram seus preços também para R$ 35,00 este ano e colocaram em seu kit uma camiseta mais diferenciada, mas com material nem tão bom assim, e um suco no final.

As provas da Adidas, Eco Run e Mizuno, apesar de caras, pelo menos mantiveram os preços do ano passado: R$ 46,00 para assinantes e R$ 60,00 para não assinantes da Revista O2 podendo chegar a R$ 61,00 e R$ 71,00 se não realizadas antecipadamente.

Já as provas da Track&Field também mantiveram a sistemática do ano passado. Os organizadores aumentaram para R$ 80,00 o valor da inscrição, assim como de 2008 para 2009 de R$ 60,00 a prova passou para R$ 70,00. São R$ 10,00 a mais em uma prova que já é a mais cara de Brasília.

E para piorar, a Capital Run, uma série de 3 corridas que acontecerão no Sudoeste, Aeroporto e outra noturna, cuja primeira será dia 13 de junho, terá, para quem quiser pagar, o custo, pelo menos na primeira, de R$ 70,00.

Realmente está ficando inviável participar destas provas e o Circuito das Estações acaba sendo realmente a melhor prova, em termos de custo benefício, da cidade. Bem organizada, com um bom kit, e com um preço ainda acessível, apesar de caro.

Realmente não dá para entender por que este preço. É como me perguntou a minha amiga corredora, seguidora do E AÍ CORREDOR, Alessandra: o que podemos fazer para mudar este cenário? Por que correr as provas está ficando cada vez mais inviável.

A solução, meus amigos, é escolher aquelas que você quer fazer realmente e nos demais dias do mês partir para corridas em outros locais, como as que nossa Equipe X faz, que chamamos de "sem compromisso". Não podemos parar de correr, por que é o nosso esporte, então, a solução é diminuir esta quantidade de corridas e partir para conhecer os circuitos alternativos de Brasília.

Afinal, gastar mais de R$ 2 mil por ano em provas, sem contar as que viajamos e temos que pagar por estadia e passagens, não é para qualquer um não.

Boas passadas.

3 comentários:

Alessandra disse...

Caíque,gostei do post, agradeço a citação. Precisamos instigar os outros seguidores e visitantes do blog a publicar as opiniões sobre o tema, pois neste assunto, o volume faz a diferença!Bom feriado!

Unknown disse...

Fala corredora?!

Pois é. Lembrei da sua citação e resolvi, depois de ver o preço cobrado para as corridas da Capital Run (70 reais) meio que reeditar o post que fiz sobre o mesmo assunto ano passado, em julho.

O pior, Alessandra, é que tem gente que paga...

Valdir Alves disse...

Estou totalmente de acordo! Os preços estão abusivos! A única prova que valeu a pena pagar um valor um pouco maior foi o circuito da farmácia pague menos que deu diversos brindes no kit além de parte do valor arrecadado ser doado par uma instituição. e mesmo assim o valor foi de R$45,00 para 4 ou 8 km.
Além dos altos valores essas provas acabaram com as premiações por faixa etária, que é um verdadeiro incentivo para jovens que podem se tornar excelentes atletas e atletas que treinam duro e muitas vezes por nada! pois não chegaram entre os três primeiros no geral! Como Educador Físico e treinador tenho alguns alunos entre 16 e 18 anos e estou com dificuldade de encontrar provas que tenham faixa etária, isso tira o estímulo dos atletas!