quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ATLETISMO BRASILEIRO SEM EVOLUIR

E aí, corredor?!

A fraca campanha do atletismo brasileiro nas últimas competições internacionais tem gerado uma série de críticas a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e também aos atletas. Analistas e ex-esportistas não poupam ninguém da culpa por esta estagnação.

Em entrevista ao jornal Correio Brazilienze, de Brasília, o medalhista olímpico Robson Caetano afirma que os corredores brasileiros também tem uma grande parcela de culpa do atletismo brasileiro não conseguir resultados expressivos. Robson acredita que os nossos atletas são preguiçosos e não treinam como deveriam. Tanto assim que o recorde de Robson Caetano nos 100m rasos, conquistado em 1988, não foi batido até hoje, sendo de 10s.

O atleta ainda lembra que os avanços tecnológicos favorecem os atletas de hoje lembrando que em sua época corria-se com sapatilhas com pregos e mesmo assim ele ainda é mais rápido que os atletas atuais.

Sandro Viana, líder do ranking brasileiro nos 100m, argumenta que o avanço tacnológico ainda não chegou ao Brasil, o que deixa nossos atletas sempre atrás dos outros países. Sandro acha que a filosofia de treinamento adotada pelo país está muito aquém das implantadas nos países europeus e EUA. Ainda, o atleta menciona que "já somos grande atletas mas precisamos virar superatletas.".

Na verdade, não é apenas um o problema que aflige o atletismo brasileiro, mas são vários. A filosofia de treinamento, a "preguiça" dos atletas e, acredito, a mentalidade conformista deles ao chegarem nas grandes competições. Chegar a uma final já é motivo de orgulho, mas lutar ao máximo para uma conquista não. Perdendo na fase classificatória ou numa final o discurso é sempre o mesmo: " Dei o meu melhor". Será mesmo?

O discurso de Sandro Viana, de que os brasileiros "já são grandes atletas mas precisamos superatletas" é uma prova disso. Parece que demonstra que basta isso ser grande e não ser mais. Um conformismo por que não temos condições no Brasil de chegar ao nível de superatletas.

Ainda existe a questão do despreparo psicológico que enxergo em nossos atletas. Quando entram em grandes competições eles parecem "amarelar". Parecem nunca achar que tem condições de se superar, de avançar, de mostrar mais do que podem. Quem dera tivessem a postura de Cesar Cielo, atleta da natação, que sempre em suas entrevista mostra a sinceridade e, acima de tudo, a confiança de saber que pode, mesmo tendo atletas de altíssimo nível concorrendo com ele.

Patrocínio existe. O Governo Brasileiro, através da Caixa Econômica Federal, investiu em 2009 13,5 milhões no atletismo. Além disso, a Caixa patrocina várias competições nacionais e internacionais pelo Brasil, como a Maratona e a Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, o Troféu Brasil de Atletismo e outras várias provas.

A CBAt tem sua parcela de culpa sim, mas, como menciona bem Robson Caetano, "ela não entra na pista". Fora dela, é necessário mais atitude da Confederação. Cobrar e exigir mais dos atletas e dar condições para que eles melhorem. Mas, mesmo que ela faça tudo isso, sem atitude dos atletas nada acontece.

Vejamos a Jamaica, pequeno país da América Central, que tem grandes problemas sociais e muita pobreza. Usain Bolt, apenas para citar um nome, demonstra a seriedade que é o esporte para eles. Estamos tão distantes assim da realidade jamaicana que não podemos chegar ao nível de seus atletas. Por que não fazer um intercâmbio com o país, celeiro de grandes nomes?

É uma discussão que vai dar o que falar. Mas que a CBAt e os atletas precisam entrar num consenso e buscar melhorar o quanto antes precisam. Ou vamos continuar vivendo de desculpas e eternos coadjuvantes em Olimpíadas, Campeonatos Mundiais, etc. 

Boas passadas.

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