MEIA MARATONA CAIXA - BRASÍLIA - ABRIL 2009

E aí, corredor?!

Foi difícil, cansativo, longo, complexo, extremamente trabalhosa a conquista da minha primeira Meia Maratona.

Ontem, 5 de abril, corri os pouco mais de 21k da Meia Maratona Internacional da Caixa, que aconteceu em Brasília, no Eixão, larga avenida que corta os dois principais bairros da capital federal, asa sul e norte.

O percurso é caracterizado por uma longa descida na ida e, como não poderia deixar de ser, uma longa subida na volta. E o mais difícil e a subida antes da chegada, mais íngreme e, apesar de bem menor, muito mais complicada, pois o psicológico age, os músculos começam a não querer mais responder ao esforço e tudo fica incrivelmente penoso.

A saída e a chegada acontecem na altura da 105 norte, ainda no início do eixão norte. Corremos então para o eixo sul, correndo ele todo. Nele, uma descida gostosa, que engana muita gente. Na volta para o eixão norte, uma subida que não chega a ser difícil, mas dosar as energias é necessário para não quebrar, já que temos ainda a subidinha final do eixo norte.

Apesar de conhecer o percurso e suas dificuldades, não tinha ainda corrido em Brasília, oficialmente, mais do que 10k e, mesmo tendo superado com tranquilidade a Volta da Pampulha e dezembro de 2008, nada se comparou à esta corrida. Senti a altitude, a falta de oxigênio, a falta de um condicionamento específico, já que, apesar das tabelas encaminhadas pelo treinador, não consegui ainda criar uma rotina de correr no final de semana.

Meu objetivo era fazer a prova em menos de 2h. Avaliando minha performance na Volta da Pampulha, quando corri 18k ininterruptos com facilidade e terminei a prova em 1h33, achava que daria para fazer até em 1h50, um pouco mais talvez. Sabia das dificuldades do percurso, como já mencionado, e do clima da cidade, que tem quase 1.000 metros de altitude, ar rarefeito, pouco oxigênio. Mas estou acostumado com este ambiente, só que correr 21k direto é bem diferente.

Não vou enganar ninguém. Foi difícil. Pensei que iria quebrar no final da prova, momento em que em outras competições atinjo o meu auge de disposição, já que sei que a prova está acabando e por isso imprimo um ritmo mais forte. Mas a subida final da 109 norte até a chegada foi sacrificante, nada que não consigamos superar, principalmente se contarmos com a ajuda de amigos corredores. 

No final, 1h57 no meu relógio. Corri em menos de 2h, mais do que eu esperava, mas cheguei. E posso dizer com tranquilidade que, apesar de todo o sacrifício, e inclusive graças à ele mesmo, correr e superar os 21k é uma vitória das mais incríveis. 

A organização da prova, totalmente da Caixa, foi boa. Nada surpreendente. Gostei do espaço para o funcionário e atleta patrocinado, que tive direito por ser funcionário. O percurso é desafiante mesmo. Muito legal os tempos marcados a cada 3k, quando podíamos ver a nossa média por km (fiquei entre 5min47, 5min17, 5min14 no final e na subida não tinha marcação, mas deve ter sido 5min47 mesmo). Faltou um pouco de água em alguns postos, mas nada que prejudicasse a organização. A falha ficou por conta do kit, uma camiseta feia, uma medalha simples e o preço caro (R$ 50,00, valor pago em provas cujo kit tem uma camiseta muito melhor, pelo menos). Este itens não lembravam em nada que corríamos uma meia maratona internacional. Mas, de 0 a 10, um 8 para a organização.

A próxima meia, a do Rio, em setembro. Até lá espero estar mais preparado para correr melhor. Uma maratona? Nem sei quando, mas nem pensar este ano. Preciso de maior preparo, principalmente estar psicologicamente ciente das minhas possibilidades. Hoje digo que não consigo pensar em correr 42k e 21k apenas uma vez ou outra em provas. 

Mas valeu. E o Rio de Janeiro que me espere em setembro.